quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Descaminhos do Agro

O Governo de São Paulo está na contramão do _agro_. Imaginem hoje o produtor rural que vai na Casa da Agricultura falando _"eu preciso desse documento"_. 

O atual Sr. Secretário da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Gustavo Junqueira, imagina na sua cabeça que esse produtor vai ter internet e computador no sítio dele para entar no _site_ e pedir a emissão de uma Dap, de uma Dcaa, de Gta, Ptv, declarar vacinação pelo Gedave, e ainda fazer o CAR da propriedade, a adesão ao PRA, tudo isso por conta própria do seu computador ou celular. 

Todos levantamentos estatísticos do Estado de São Paulo demonstram que a internet no meio rural é deficitária e que uma minoria tem equipamentos e conhecimento para isso. Os produtores rurais não tem obrigação de ter internet e computador, aliás, acesso a internet deveria ser uma preocupação do estado atender ou das empresas que prestam esses serviços. Essa não deveria ser a preocupação do produtor rural, que está focado em produzir alimentos.

Esses produtores sempre foram atendidos e orientados nas Casas da Agricultura, seja pelo estado ou pelas prefeituras, mas em sua grande maioria nas Casas da Agricultura. 

O secretario quer extinguir as Casas da Agricultura do Estado de São Paulo. O que o secretário faz e fala não alimenta o Estado de São Paulo. Nesse estado mais de 80% dos alimentos são produzidos pelo pequeno e médio produtor rural. 80% dos alimentos que temos na mesa, hortifrutigranjeiros, são produzidos pelo pequeno e médio produtor no estado. 

O agro que o Sr Secretário vislumbra não é a única realidade do Estado de São Paulo. Para ser imparcial, vamos falar dos famosos queijos mineiros que estão ganhando cada vez mais espaço no mercado, e premiações mundiais. Queijos esses com denominação de origem, registros de serviços de inspeção, feitos com leite produzidos por pequenos produtores, levados até as queijarias e que atingem uma ótima qualidade, conseguindo premiações nacionais e internacionais. Lá em Minas isso é valorizado. Aqui no estado também temos exemplos de cafés especiais de excelente qualidade e premiados, produzidos por pequenos e médios produtores. Assim como temos queijos excelentes e premiados. 

Só que aqui o governo só enxerga ou quer enxergar o agro, o agronegócio, só que não enxerga que o prêmio do queijo, do café, ou de outro produto que seja, passou pelas mãos do pequeno produtor, que a vaca que ele tirou leite tem nome, que o melhor café foi colhido na mão calejada, no ponto de colheita ideal, de uma variedade de café que vem sendo desenvolvida e selecionada a muitos anos pelo IAC e outras instituições que ele está querendo destruir. Enquanto em outros estados brasileiros isso tem sido valorizado, o governo do estado de São Paulo vai na contra mão. 

Defendem a isenção fiscal das grandes empresas e latifundiários enquanto oneram o pequeno e médio produtor rural. Associações e cooperativas são vistas como barreiras, num neo liberalismo que quer grandes aglomerados e grandes corporações.

O _agro_ desse governo vai na contra mão, pois a quase dois anos de desgoverno esse governo não fez nada pelo _agro_, aliás ainda nem teve a capacidade de perceber onde está pisando, e que o agro de São Paulo além de agro também e agri, produzido por milhares de agricultores familiares e que a comida que chega na nossa mesa é colhida por mãos calejadas de produtores rurais que tem muito conhecimento e experiência prática no que fazem, porém precisam sim da Casa da Agricultura para atender o produtor rural. 

O agro de São Paulo vai na contra mão pois não está enxergando que cada vez a produção local está sendo mais valorizada, o produto artesanal, com denominação de origem ou orgânico. 

O agro de São Paulo vai na contra mão pois não enxerga nichos de mercado que a CATI trabalhou tais como o trabalho que fez com leite tipo a2a2, que já está no mercado. 

O agro de São Paulo está na contramão pois não valoriza cooperativas e associações de produtores rurais. 

O agro de São Paulo está na contramão simplesmente porque não entende nada de agro. Para ele o "agro" é somente uma palavra fria que é repetida mil vezes nos discursos, sem resultados. Sr. Secretário tanto o Agro quanto o Agri de São Paulo tem nomes, tem nomes de milhares de produtores envolvidos em todas as cadeias produtivas e quase todas elas passam pelas Casas da Agricultura ou "Casa da Lavoura" como sempre foram e serão conhecidas, assim como pelos Escritórios de Defesa Agropecuária que garantem a qualidade dos alimentos. Instituições essas que o Sr pretendem extinguir.
_autor colaborativo_

Fiquem a vontade para fazer contribuições ou alterações no texto. A ideia é somar, fortalecer e repassar.

Complementando: 
- ele corre o risco de ficar conhecido como o secretário que acabou com o agro no Estado de São Paulo.

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